Sabemos como é difícil se dedicar para a prova do ENEM e ao mesmo tempo trabalhar, além disso entendemos que muitos jovens de São João del-Rei não tem condições financeiras para pagar um cursinho pré-vestibular comercial. No entanto, acreditamos que a universidade é um espaço público e que só será democrático a partir do momento em que os jovens da classe trabalhadora estiverem inseridos nela. Por isso, apostamos na construção de cursinho populares como forma de transformar a realidade do universo acadêmico que ainda é bastante excludente. Pensando na qualidade do aprendizado, o Cursinho Popular Edson Luís oferece aulas de segunda a sexta-feira, no horário noturno. A metodologia utilizada pelo Cursinho Popular é baseada nos estudos de Educação Popular de Paulo Freire, por isso a nossa construção do aprendizado acontece de forma coletiva, sendo assim, contamos com a participação tanto de educadores como de educandos para que o processo ocorra da melhor forma possível.
A Rede PODEMOS+ é fruto das experiências de cursinhos populares desenvolvidas nos últimos sete anos pelo Levante Popular da Juventude . Hoje somos vinte e cinco cursinhos, presente em nove estados brasileiros. A Podemos+ parte da compreensão de que a luta pela educação é um elemento fundamental para a construção de uma vida digna para a juventude. No Brasil, menos de ⅕ dos jovens entre 18 e 24 anos acessam o ensino superior, e desses, apenas ¼ está no sistema público. Hoje, apenas 14% da nossa população adulta teve acesso ao ensino superior. Sem dúvida esses são indícios de que a universidade brasileira é expressão de uma sociedade desigual, injusta e opressora. Os vestibulares e demais exames de acesso ao ensino superior atuam como filtros sociais, e passaram a existir antes mesmo de haver universidades no país . Nos governos Lula e Dilma tivemos a expansão do ensino superior através de políticas de ampliação de vagas e democratização das formas de acesso - REUNI, SISU e a Política de Cotas. Esses foram passos importantes para a democratização das universidades, entretanto, com o golpe de 2016 as marcas da exclusão voltaram a se aprofundar e têm como principal alvo a juventude periférica. A juventude tem sido, no último período, alvo de inúmeros ataques. Devemos estar atentos às questões: o aumento do desemprego e do trabalho informal, precarização da educação, a redução da idade penal, a ausência de políticas públicas voltadas à cultura, o aumento da violência etc. Teremos um profundo estreitamento das margens de expectativa para o futuro da vida dos jovens. Resistir é, portanto, um ato de esperança. Como canta Gonzaguinha: “ para não ter medo que este tempo vai passar… não se desespere não, nem pare de sonhar... nós podemos tudo, nós podemos mais, vamos lá fazer o que será!” Essa esperança não é um mero sentimento, mas a demonstração que só a luta muda vida!
São João del Rei
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